quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Moderação
Agradeço pela compreensão.
Até!
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Miguxês
O texto abaixo é de Sírio Possenti, um grande professor doutor do Departamento de Linguística do Instituto de estudos da Linguagem, da Unicamp, de onde venho. Ele escreve para a Terramagazine, e o texto abaixo eu tirei de lá!
Quinta, 14 de agosto de 2008, 07h57 Atualizada às 20h04
Miguxês
Sírio Possenti
De Campinas (SP)
A revista ISTOÉ/2023, de 13/08/2008, publicou matéria até simpática sobre o Miguxês, uma escrita típica de blogs e chats, que não se confunde com o internetês. Um pouco estranho é o título da matéria, "Você sabe falar miguxês", porque miguxês não se fala, só se escreve (mas essa confusão nunca vai acabar). Em compensação, o título é bem adequado, embora em outro sentido, porque está escrito mesmo em miguxês: "vuXxe sAbE falAH miguXexX?!".
Como sempre, há reclamações de adultos, porque não conseguem entender nada do que seus filhos adolescentes escrevem, o que os filhos devem achar ótimo, porque não querem mesmo que seus pais bisbilhotem suas mensagens ou seus bate-papos com amiguinhos/as. A matéria também cita o caso de uma jovem que abandonou o miguxês (Hoje, tô fora dessa bobagem, ela declara) depois de tirar uma nota baixa numa prova por ter levado a tal escrita para a escola. Cá pra nós, em vez de abandonar essa bobagem (o que tem o direito de fazer, claro, afinal, já tem 16 anos, informa a reportagem!!!), podia apenas ter abandonado o comportamento automatizado de bicho de circo, que a levou a escrever na escola como se estivesse num chat. E tudo indica que ela tem competência para não fazer essa confusão.
Na média, o tom da matéria não é escandaloso nem denuncia a destruição dos valores ou de nossa língua pátria por esses jovens irresponsáveis. No pé da página, há até uma descrição razoável do "socioleto" (sim, é essa a classificação do mixuguês na Wikipédia, o que, a meu ver, depõe contra essa "instituição", porque se trata apenas de uma variante ortográfica, como é a escrita dos pequenos classificados). Por exemplo: os acentos agudos e circunflexos são substituídos pela letra H no final da palavra e o til pelas letras N/M. Ex: Será (Serah), não (Naum); A letra O vira U. O dígrafo QU e a letra C viram K: Ex: Quero (Keru) etc.
Deve haver alguma imprecisão nessa descrição. Por exemplo, acho que não é verdade que O vira U. Isso deve acontecer apenas se o O é átono. O que importa é que o miguxês é tratado apenas como moda, como código secreto de um grupo etc. Nada perigoso...
Talvez a matéria pudesse até ser mais crítica, ir mais fundo, não para condenar a escrita como escrita, mas para destacar seu lado Xuxa, digamos assim. É que, de fato, essa grafia produz um efeito de infantilização dos usuários. Mas, na verdade, não tenho a mínima idéia sobre a melhor opção, dado o seguinte dilema: é melhor que a TV e quejandos produzam menininhas com caras e roupas de misses ou adolescentes com jeitos e "sentimentos" de crianças?
PS - Descobri - não tinha a menor idéia disso - que miguxês tem a ver com miguxo, um diminutivo afetivo de amigo (amigo > amiguxo > miguxo). Em minha total ignorância sobre o tema, achava que o rótulo tivesse vaga origem oriental, vejam só...
Leia o texto na íntegra: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3088857-EI8425,00-Miguxes.html
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Próximas Leituras
7ª série:
Viagem ao Centro da Terra - Júlio Verne
8ª série:
Dossiê Herzog: Prisão, Tortura e Morte no Brasil - Fernando Pacheco Jordão
Inté!
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Caros Amigos: No Brasil quem paga impostos são os pobres
“Aprovar uma boa reforma tributária com esse congresso conservador vai ser difícil. Considero que a carga tributária não tem de diminuir. Sou a favor de mantê-la. Mas o governo tem de gastar melhor. O gasto é ineficiente, gasta muito com juros”, critica Quadros.
Reportagem da Caros Amigos: Médici e Nixon articularam golpe militar que derrubou Salvador Allende
Documentário exibido no dia em que se completa 36 anos do golpe militar no Chile retrata trama urdida pelos militares por determinação da burguesia chilena e dos governos dos Estados Unidos e do Brasil
Por Lúcia Rodrigues
“Eu não sabia o que era tomar leite com chocolate e com Allende eu soube. Eu nunca tivera sapatos, mas com Allende no governo, tive. Não comíamos frango, mas com Allende passamos a comer”, afirma Camilo Arias, ao descrever o governo do primeiro presidente socialista do Cone Sul, eleito em setembro de 1970.
Arias tinha por volta de 11 anos de idade e morava em uma favela chilena quando os militares golpistas depuseram Salvador Allende da presidência do Chile, em setembro de 1973. A preocupação com a melhoria da qualidade de vida da população empobrecida fascinou a criança. O chileno conta que naquela época se respirava socialismo no país.
“Lembro que quando Allende foi à ONU, jogávamos bola na rua, mas ouvíamos seu discurso pelo rádio. Hoje a juventude não sabe o que aconteceu no país. Mas em 70 falávamos de Allende na escola, os professores conversavam conosco sobre seu governo. E diziam que era importante para o nosso futuro”, destaca.
Arias conversou com a reportagem da Caros Amigos após a exibição do documentário Pela Razão ou Pela Força, de Denis Barbosa, exibido nesta sexta-feira, 11, data em que se completa 36 anos do golpe militar no Chile, no Memorial da Resistência, em São Paulo. O filme é um retrato fidedigno da trama sórdida urdida pelos militares por determinação da burguesia chilena e dos governos dos Estados Unidos e do Brasil.
Para o diretor do Fórum de Ex Presos e Perseguidos Políticos e membro do Núcleo Memória, Ivan Seixas, Brasil e Chile têm várias similitudes. “A esquerda apostou no processo democrático nos dois países e tentou conter a reação. A crueldade das duas ditaduras também foi muito parecida.”
Ele explica que os torturadores brasileiros foram ao Chile para ensinar tortura aos militares golpistas. O delegado do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), Sérgio Paranhos Fleury, e o capitão do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna), Enio Pimentel Silveira, conhecido nos porões do regime como doutor Nei, foram alguns dos “professores” de tortura no Chile.
A Escola das Américas, centro de formação de torturadores e braço repressivo dos norte americanos, também teve papel destacado no fornecimento de “mão de obra” para o combate aos ativistas de esquerda no país.
O brasileiro e militante da ALN (Ação de Libertação Nacional), Domingos Fernandes, viveu a repressão dos golpistas na pele. Ele chegou ao Chile em agosto de 73, vindo da Itália depois de ter saído clandestinamente do Brasil.
Fernandes descreve o clima de instabilidade que permeava o cenário político chileno em setembro de 1973. “As pessoas sentiam que o golpe viria. Estávamos preparados para resistência, só não imaginávamos que seria da forma como ocorreu. Achávamos que se ficássemos na resistência, Allende sairia vitorioso”, ressalta.
Os golpistas chilenos já haviam tentado depor Allende em junho de 1973, no episódio que ficou conhecido como “tancaço”, quando tanques militares cercaram o Palácio de La Moneda, e metralharam vários manifestantes. Mas os militares leais a Allende e o apoio das forças populares impediram que o golpe lograsse sucesso naquele momento.
O general Carlos Platz, comandante chefe do Exército, exigiu a punição dos golpistas. Em reação, as mulheres dos oficiais militares realizaram protesto em frente à sua residência, o insultaram e forçaram sua renúncia. Em seu lugar, Allende nomeou Augusto Pinochet, que estava hierarquicamente abaixo de Platz.
Entre junho e setembro de 73, Allende tentou dialogar com os partidários da Democracia Cristã, mas assim como a extrema direita, a força política estava resoluta na decisão de derrubar o socialista. Em 11 de setembro, Exército, Força Aérea, Marinha e Carabineiros (policiais militares) colocam em operação o golpe da burguesia.
A movimentação das tropas militares começou por voltas das cinco horas da manhã, segundo o relato de Fernandes. “Ouvimos o barulho da movimentação do golpe. Não havia celular, mas conseguimos nos comunicar com os companheiros.”
Os estrangeiros, como os brasileiros, ficaram mais expostos à repressão do que os próprios chilenos. O sotaque era um elemento denunciador. Os militares incentivavam a delação de estrangeiros. “Diziam que os estrangeiros que estavam no Chile, eram de esquerda”, conta.
O ativista da ALN conseguiu asilo político na Embaixada da Argentina, em 21 de setembro. “A maneira de sair do Chile era via embaixadas”. O Partido Comunista Italiano conseguiu um passaporte diplomático falso para Fernandes e ele viajou para Portugal. Antes disso, conseguiu colocar vários brasileiros dentro da Embaixada Argentina e livrá-los da morte.
Sabotagem da direita
A burguesia chilena fez de tudo para desgastar o governo da União Popular e pavimentar o terreno para o golpe militar. O discurso e a prática política de Allende a deixava em polvorosa.
Allende expropriou fábricas e colocou os trabalhadores em seu comando, estatizou bancos, nacionalizou o cobre, principal commodity do país, implantou a reforma agrária, inclusive, para os índios mapuches, e melhorou a vida dos pobres de uma maneira geral.
Quando Fidel Castro visitou o país, em novembro de 1971, as donas de casa da classe média fizeram um panelaço em protesto.
A direita começa a realizar atentados, sabotagens contra oleodutos e centrais elétricas, passam a agredir parlamentares da Unidade Popular. Em outubro de 1972, os donos de transportadoras de caminhão organizam um locaute para provocar o desabastecimento da sociedade. No início de 1973, começa o racionamento de alimentos. As filas são enormes e falta de tudo nas gôndolas dos supermercados. Tudo isso, regido orquestradamente pela direita que preparava o golpe contra o governo popular.
Recentemente, o historiador do Arquivo Nacional de Segurança dos Estados Unidos, Peter Kornbluh, descobriu documentos que revelam o envolvimento do ex presidente brasileiro Emílio Garrastazu Médici no golpe que derrubou Allende. Relatório de Henri Kissinger relata reunião entre Médici e o ex presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, datado de 1971, que comprova que os dois trabalhavam pelo golpe que derrubaria o médico socialista que dirigia o país andino.
Firmeza de caráter
Allende não se rendeu aos bombardeios dos golpistas. “Allende não se rende, merda”, afirmou o socialista antes de morrer. O presidente também garantiu a saída de quem quis abandonar o Palácio La Moneda quando começaram os bombardeios. Cumprimentou a todos e agradeceu pela contribuição que deram ao governo da Unidade Popular. Aproximadamente 50 pessoas permaneceram com ele no La Moneda.
Às nove horas da manhã do dia 11 de setembro o som das bombas que eram lançadas sobre o La Moneda pelos aviões da Força Áerea chilena era absolutamente ensurdecedor. A partir daquele instante o país mergulharia no mais profundo silêncio.
A liberdade de expressão estava banida do país por 17 longos anos. Os únicos sons que se ouviam no Chile eram os gritos dos torturados e o barulho das metralhadoras nos pelotões de fuzilamento contra os oposicionistas. O famoso cantor de música popular Victor Jara foi uma dessas vítimas do general Pinochet. Jara teve o corpo cortado ao meio por uma rajada de metralhadora após ter as duas mãos quebradas.
luciarodrigues@carosamigos.com.br
domingo, 13 de setembro de 2009
Tiro no pé...
O objetivo, mais uma vez, seria incriminar Dilma, como se as ações da Receita partissem de cima para baixo, tirando a autonomia do órgão, e gerando uma crise monstruosa. Mas, na verdade, a Globo novamente deu um tiro no pé. O presidente do Sindireceita afirmou categoricamente, assim como os outros dois, que não houve politização na Receita, não há crise no órgão, e que todas as ações tomadas pelo governo são procedimentos normais. Tudo o que aconteceu não foge em nada ao protocolo do que sempre aconteceu na Receita, desde a gestão de Everardo Maciel, e que a saída de Lina se deu por incompetência dela mesma, que não atribuiu a técnicos o exercício das funções de chefia e especializadas da Receita. A mudança não é partidarismo, mas um procedimento para recuperar a imagem da Receita perante a opinião pública. Lina Vieira , por incompetência, exerceu uma má função, denegriu toda uma competente gestão que vinha funcionando muito bem desde a época de Everardo, e sua demissão é simplesmente uma forma de recuperar a funcionalidade da Receita.
Até mesmo Everardo Maciel, oposição clara ao atual regime, admitiu que tudo não passa de um factóide da imprensa para se criar um escândalo em torno de Dilma. Para ele, é um pesar que a Receita viva uma crise, resultado de uma mudança de atitude administrativa. A gestão proposta por Lina foi diferente da dele e de seus sucessor, e essa mudança é natural e tomada por quem pode propô-la. Mas, independente disso, não há ingerência política. A politização se deu por conta exclusivamente de Lina Vieira, que optou por critérios sindicais, e foi um desastre. O aumento da arrecadação, por sua vez, durante a gestão de Lina, na visão de Everardo, é outro factóide criado exclusivamente para encobrir a realidade, de que essa foi uma gestão desastrosa.
A questão da CPI da Petrobrás sobre a famosa "manobra contábil", para o ex-secretário, novamente é outro factóide. Todos os procedimentos tomados foram corretos, e estavam previstos por lei, a qual foi elaborada durante a sua gestão. Houve, portanto, uma manipulação da opinião pública com relação a isso.
Mais uma vez, Mônica colocou a questão de uma possível pressão da família Sarney sobre a Receita. Paulo Antenor responde que não, e que é praticamente impossível haver pressão sobre o órgão, pois os funcionários são independentes, têm autonomia para atuar, devendo responder claramente às exigências internas.
Sobre isso, Everardo também diz que, se houve alguma influência relevante, séria, por parte do Ministério, o caso é grave, e o momento certo para ser denunciado não é hoje, mas à época em que aconteceu. Se isso não foi feito à época certa, o denunciante, no caso Lina Vieira, cometeu prevaricação. Por que algo que foi grave, que foi criminoso, que incomodou e representou tráfico de influência não foi denunciado em seu momento? Só pode haver interesse pessoal nisso, fruto da conveniência e da oportunidade.
Conclusão do programa: A gestão de Lina Vieira foi um desastre para a instituição, e para o próprio governo; A Receita Federal é uma instituição idônea - que responde aos interesses do Estado, e não de partidos políticos, ou governos - moderna, e eficiente, principalmente graças à modernização proposta por Everardo Maciel; que tudo isso que ganhou proporções gigantescas na mídia, com o objetivo óbvio de atingir Dilma, deve ser minimizado. Ou seja, a novela de Lina Vieira não passou de um "factóide".
Vejam o Vídeo na íntegra, do Blog de Luíz Nassif
Inté!
sábado, 5 de setembro de 2009
Museu da corrupção
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