O texto abaixo é de Sírio Possenti, um grande professor doutor do Departamento de Linguística do Instituto de estudos da Linguagem, da Unicamp, de onde venho. Ele escreve para a Terramagazine, e o texto abaixo eu tirei de lá!
Quinta, 14 de agosto de 2008, 07h57 Atualizada às 20h04
Miguxês
Sírio Possenti
De Campinas (SP)
A revista ISTOÉ/2023, de 13/08/2008, publicou matéria até simpática sobre o Miguxês, uma escrita típica de blogs e chats, que não se confunde com o internetês. Um pouco estranho é o título da matéria, "Você sabe falar miguxês", porque miguxês não se fala, só se escreve (mas essa confusão nunca vai acabar). Em compensação, o título é bem adequado, embora em outro sentido, porque está escrito mesmo em miguxês: "vuXxe sAbE falAH miguXexX?!".
Como sempre, há reclamações de adultos, porque não conseguem entender nada do que seus filhos adolescentes escrevem, o que os filhos devem achar ótimo, porque não querem mesmo que seus pais bisbilhotem suas mensagens ou seus bate-papos com amiguinhos/as. A matéria também cita o caso de uma jovem que abandonou o miguxês (Hoje, tô fora dessa bobagem, ela declara) depois de tirar uma nota baixa numa prova por ter levado a tal escrita para a escola. Cá pra nós, em vez de abandonar essa bobagem (o que tem o direito de fazer, claro, afinal, já tem 16 anos, informa a reportagem!!!), podia apenas ter abandonado o comportamento automatizado de bicho de circo, que a levou a escrever na escola como se estivesse num chat. E tudo indica que ela tem competência para não fazer essa confusão.
Na média, o tom da matéria não é escandaloso nem denuncia a destruição dos valores ou de nossa língua pátria por esses jovens irresponsáveis. No pé da página, há até uma descrição razoável do "socioleto" (sim, é essa a classificação do mixuguês na Wikipédia, o que, a meu ver, depõe contra essa "instituição", porque se trata apenas de uma variante ortográfica, como é a escrita dos pequenos classificados). Por exemplo: os acentos agudos e circunflexos são substituídos pela letra H no final da palavra e o til pelas letras N/M. Ex: Será (Serah), não (Naum); A letra O vira U. O dígrafo QU e a letra C viram K: Ex: Quero (Keru) etc.
Deve haver alguma imprecisão nessa descrição. Por exemplo, acho que não é verdade que O vira U. Isso deve acontecer apenas se o O é átono. O que importa é que o miguxês é tratado apenas como moda, como código secreto de um grupo etc. Nada perigoso...
Talvez a matéria pudesse até ser mais crítica, ir mais fundo, não para condenar a escrita como escrita, mas para destacar seu lado Xuxa, digamos assim. É que, de fato, essa grafia produz um efeito de infantilização dos usuários. Mas, na verdade, não tenho a mínima idéia sobre a melhor opção, dado o seguinte dilema: é melhor que a TV e quejandos produzam menininhas com caras e roupas de misses ou adolescentes com jeitos e "sentimentos" de crianças?
PS - Descobri - não tinha a menor idéia disso - que miguxês tem a ver com miguxo, um diminutivo afetivo de amigo (amigo > amiguxo > miguxo). Em minha total ignorância sobre o tema, achava que o rótulo tivesse vaga origem oriental, vejam só...
Leia o texto na íntegra: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3088857-EI8425,00-Miguxes.html
Ha, ha, ha......
ResponderExcluirNo meu tempo, a "criptografia" verbal era a "língua do Pê".
Ou então, descer uma linha no teclado e subir a última: o Q era A, W era S, E era D, Z era Q, X era W e por aí vai....
Mas o uso do H e N/M no passado era motivado pela falta de acentos em alguns equipamentos de telecomunicação, que eram importados de países onde a grafia não previa o seu uso e, por consequência, os fabricantes não incorporavam em seus teclados.
Mas o interessante é que temos uma forma de escrever muito diferente da forma de falar o nosso idioma.
Acho que a reforma ortográfica foi muito branda. Mantivemos o X e S com som de Z. Ainda temos que estudar o uso do J e G, SS e Ç, entre outros, o que consome muito tempo em sala de aula e muitos continuarão a depender de corretores ortográficos de sistemas informatizados.
Abraços
Diego Campos
Eu axo q a grafia e o portugues estavam bons antes mesmo dessa reforma ortografica, pois ao invés de simplicar, complicou(como no caso do hifen) e nao unificou, jah q mtas palavras tem duas formas ou acentos facultativos. Q perda de tempo!!
ResponderExcluirMarcuuuus!!!
ResponderExcluirEm minha opinião, a linguagem usada pelos adolescentes na internet não interfere no rendimento escolar, no entanto o aluno deve saber usá-la no lugar certo, por exemplo, na internet, conversando com os amigos, não há problema de usar uma linguagem informal, já na escola, ele deve usar uma linguagem mais formal.
Bjoooos!!!
Eu escrevo com giria de internet...mas isso não me afeta na escola porque ao contrario do pc na escrita a mao eu nao preciso( e não tenho) como agilizar a escrita...por exemplo no teclado a palavra VC é muito mais rapido( e perto) que Você... ja na escrita, não tem uma letra perto da outra....
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