segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Seguindo a canção! Nosso CD.

Pessoal, só pra vocês conhecerem, esse é o meu grupo, Madrigal In Casa, e esse é o CD que gravamos em 2008. É bem legal esse trabalho. Ouçam, e comentem.
Vale!


domingo, 30 de agosto de 2009

Capitães da areia

Queridos do 9o. Ano, também dedico um espaço a vocês.

Nessa semana discutimos o "Capitães da areia", de Jorge Amado. O objetivo principal foi oferecer um olhar sobre os menores abandonados durante o período estadonovista. Como vimos, esse livro foi recolhido e incinerado em praça pública, e a grande discussão é justamente por que isso ocorreu. Claro, o discurso de Jorge Amado é apologético do credo comunista, e o livro constrói um discurso defendendo essa ideologia. O que pretendemos foi justamente identificar esse discurso, em oposição ao discurso dos jornais, de alguns setores da elite, da polícia e dos diretores do reformatório.

Quero saber o que vocês acharam!

Salve!

O Xangô de Baker Street

Aluninhos do 8o. Ano, está inaugurado um espaço para que vocês comentem sobre o que acharam do livro. O objetivo dessa leitura foi, além de apresentar um best-seller e discutir sobre literatura comercial, apresentar um universo introdutório para que vocês possam aprender o segundo império, em História. Também aproveitei para que possamos entender como Jô Soares inverte a fórmula dos romances policiais, e as referências dos livros de Sherlock Holmes são importantes para entender isso. A presença também de personalidades que transitaram pelo século XIX e fazem parte do enredo da narrativa também foi assunto discutido em aula.

Bom, quero saber o que vocês acharam dessa leitura.

Vale!!!

Música na escola!

Pessoal, há um tempo venho pensando em instituir na escola um trabalho sério com música. Na verdade, como muitos de vocês devem perceber, eu acho que a música desperta uma série de sensibilidades que podem levar as pessoas a ter uma percepção mais apurada do mundo.

Minha ideia é o trabalho vocal, pois envolve um grupo, desperta a interação entre as pessoas, além de ser muito divertido cantar. Já vi trabalhos incríveis em diversas escolas, que demonstram que esses alunos que cantam em grupo têm mais autonomia e auto-crítica. Já há diversas escolas em Jundiaí que vêm fazendo esse trabalho. Quando vejo adolescentes fazendo um trabalho tão bom, tão firmeza, juro que fico muito feliz em perceber que a gente é capaz de, tão cedo, perceber coisas tão sutis. Vejam só alguns trabalhos de um grupo do Rio de Janeiro, que se chama São Vicente à Capella.






















Nessa escola há diversos grupos, desde os menores até os maiores. Há um grupo power, que faz turnês por todo o país e pelo exterior, e levam o nome do colégio, e há lista de espera para fazer parte desse grupo, o que é muito especial. São pessoas da idade de vocês, e eu queria tentar fazer algo parecido em nossa escola. Esse trabalho pode ser muito divertido pois, além de formar um grupo coeso, podemos viajar, nos apresentar, e levar o nome da escola para diversos lugares! Canto em grupos vocais desde os 14 anos, e falo isso por experiência própria.

Pretendo levar um projeto sério para os diretores da escola, para fazer um negócio legal. Eu queria saber o que vocês acham, se é algo legal pra vocês, pra quem sabe termos uma coisa bacana na escola!

Comentem, para eu ter mais força e levar o projeto adiante!
Bjão a todos!

sábado, 29 de agosto de 2009

Matéria da prova

Queridos, não entrem em pânico, aqui está a matéria!!!

LINGUAGEM – 7ª SÉRIE

1. Vozes do verbo: Voz Ativa e Voz Passiva (Capítulo 19);

2. Vozes do verbo: Voz Reflexiva e Voz Recíproca (Capítulo 22);

3. A Estrutura de um jornal (Capítulo 24);

4. Anotações do Caderno.


LINGUAGEM – 8ª SÉRIE

1. Orações subordinadas substantivas (Capítulo 26);

2. Orações subordinadas adjetivas (Capítulo 29);

3. Literatura e ideias: Um texto de crítica social (Capítulo 31);

4. Anotações do Caderno.

Vale!!

domingo, 23 de agosto de 2009

Outras vozes sobre a anistia...

A justiça com 30 anos de atraso

Por Tatiana Merlino
Após três décadas da promulgação da Lei de Anistia ela ainda serve de pretexto para que o Brasil não puna torturadores, não abra arquivos da ditadura e não entregue corpos das vítimas a seus familiares.
No ano em que se comemoram 30 anos da promulgação da Lei de Anistia, o Brasil pode estar perto de fazer um acerto de contas com seu passado. Ainda este ano, duas decisões importantes podem colocar fim ao impasse em relação à punição dos algozes da ditadura civil militar (1964-1985), a exemplo do que ocorreu nos países vizinhos. Até o final do ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá se pronunciar sobre o questionamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em relação ao suposto benefício que a Lei de Anistia concede aos torturadores. O Brasil também é réu na Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), no caso da Guerrilha do Araguaia, e corre o risco de ser condenado. O país é acusado de não investigar os desaparecimentos justamente devido à promulgação da Lei de Anistia, e de não fornecer informações sobre o episódio a familiares das vítimas. Se for condenado, será obrigado a investigar os crimes e a identificar e punir os responsáveis, reconhecendo que não cabe anistia ou prescrição a crimes contra a humanidade.
Até hoje, o país não chegou a uma posição definitiva em relação ao alcance da Lei da Anistia e à possível responsabilização dos crimes de tortura, desaparecimento e sequestro cometidos por agentes do Estado durante o regime militar.
Promulgada em 1979, a lei 6.683 anistiou aqueles que “no período compreendido entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexos com estes, crimes eleitorais”. Se, por um lado, a anistia permitiu que perseguidos políticos exilados voltassem ao país e que presos políticos fossem colocados em liberdade, por outro, a lei foi escrita com ambiguidades que sugeriam uma autoabsolvição antecipada do Estado de qualquer responsabilidade jurídica em relação a crimes cometidos por seus agentes. Tal interpretação, sustentada até hoje por setores que afirmam que a anistia foi recíproca, é duramente questionada por juristas que sustentam que a tortura, por exemplo, é crime de lesa-humanidade, e portanto, não é passível de indulto nem prescrição.
De acordo com Fábio Konder Comparato, professor titular aposentado da Faculdade de Direito da USP, tal tipo de anistia não pode ser admitida nem perante a ética, nem perante o Direito. “Ela é indecente. Primeiro, porque foi feita quando o Congresso Nacional ainda estava sob a pressão absoluta dos dirigentes militares, que, como condição para sair do poder, quiseram se absolver. Em segundo lugar, porque os criminosos do regime militar não foram identificados nem chamados publicamente a reconhecer seus crimes. O povo jamais foi consultado para dizer se aceitaria ou não essa absolvição geral e abstrata sem identificação dos criminosos”, critica.
Sob o aspecto jurídico, explica Comparato, a lei de 79 é incompatível com a Constituição de 1988, que estabelece que o crime de tortura é imprescritível e não passível de indulto. “É preciso entender que, juridicamente, quando uma nova Constituição cria um regime novo, as leis anteriores a ela só continuam em vigor se forem compatíveis com o novo regime”, defende.
Movimento de massa
A Lei de Anistia foi resultado do conjunto todas as lutas que aconteceram naquele momento. “Foi um movimento de massa que aglutinou todo o país, e que tinha forte apoio internacional. Internamente, havia grandes forças motrizes, como os movimentos de esquerda clandestina que criaram uma grande rede de imprensa de massa legal”, recorda o jornalista e escritor Alípio Freire, ex-preso político e militante da organização Ala Vermelha.
No Brasil e no exterior, foram formados comitês que reuniam filhos, mães, esposas e amigos de presos políticos para defender uma anistia ampla, geral e irrestrita. Em 1978, foi criado, no Rio de Janeiro, o Comitê Brasileiro pela Anistia, congregando várias entidades da sociedade civil. No entanto, por 206 votos contra 201, a anistia aprovada não foi tão ampla, geral e irrestrita como pretendiam seus defensores. Em 28 de agosto, o presidente João Baptista Figueiredo sancionou a Lei nº 6.683, de iniciativa do governo e aprovada pelo Congresso, concedendo indulto a todos os cidadãos punidos por atos de exceção desde 2 de setembro de 1961. Estudantes, professores e cientistas afastados das instituições de ensino e de pesquisa nos anos anteriores foram beneficiados, mas o reaproveitamento de servidores civis e militares ficou subordinado à decisão de comissões especiais criadas no âmbito dos respectivos ministérios para estudar cada caso. De acordo com a lei apro vada, também foram excluídos os condenados pela “prática de crimes de terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal”. Ou seja, um artifício para não anistiar os participantes da luta armada. Aqueles que cometeram os chamados “crimes de sangue” ficaram presos por mais tempo e só saíram da cadeia em liberdade condicional.
Desde então, ex presos políticos e familiares de mortos e desaparecidos vêm lutando pela “memória, verdade e justiça”. Desde a redemocratização do país, nenhum governo enfrentou seriamente a questão, e o ônus da luta tem ficado para as vítimas da ditadura e seus parentes. Em relação ao governo Lula, “embora ele esteja avançando por conta de iniciativas da Secretaria Especial de Direitos Humanos e posições de Tarso e Dilma, o PT nunca assumiu essa luta como sua enquanto partido. Desde a fundação do partido, isso nunca teve eco lá dentro, pelos interesses mais diversos, e apesar de muitos que estamos nele termos sido punidos pela ditadura”, critica Freire. “A questão teve eco em alguns setores quando houve reparação econômica, que tem que acontecer, mas junto com uma série de medidas”, diz, referindo-se à lei 10.559/02, sancionada durante o governo Fernando Henrique Cardoso, que determina a indenização financeira.
De acordo com a ex-presa política Maria Amélia de Almeida Teles, a Amelinha, “são muitas as reivindicações que permanecem durante estes 30 anos, como a apuração dos crimes da ditadura. Não houve cobrança dos responsáveis pelos crimes de morte, assassinato, tortura, sequestro, ocultação de cadáver”.
Queda-de-braço
Dentro do governo Lula, há um embate no que se refere à interpretação da lei. De um lado, os defensores do perdão aos militares: o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que declarou inúmeras vezes que a punição dos agentes do Estado que participaram de torturas durante a ditadura militar seria “revanchismo” e que a questão deveria ser esquecida; o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes; e o chefe da Advocacia Geral da União (AGU), José Antonio Dias Toffoli. Do outro lado, o ministro da Justiça, Tarso Genro, o da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vannuchi, bem como importantes constitucionalistas do país e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), defendem que a tortura não pode ser considerada um delito político, mas caracterizada, sim como crime de lesa-humanidade imprescritível. Por diversas vezes, Vanucchi convocou as vítimas da repressão do regime militar, seus familiares e entidades de classe para se organizarem nos Estados através de ações judiciais em massa que questionem a abrangência da Lei de Anistia. Segundo ele, as autoridades da área ainda não parecem convencidas da justeza das reivindicações. “O Judiciário empurra a questão”. Esse comportamento, segundo o ministro, ajuda a explicar o fato de poucos parentes das vítimas terem recorrido à Justiça em busca de reparações e punições.
No Brasil, há apenas duas ações movidas nesse sentido. Numa decisão histórica, em outubro de 2008, o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra foi declarado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo responsável pela tortura de três pessoas da mesma família durante o regime militar, na década de 1970. Foi julgado procedente o pedido de declaração de responsabilidade de Ustra pela tortura do casal de ex presos políticos Maria Amélia de Almeida Teles, a Amelinha, e César Augusto Teles. Também foi reconhecida a tortura a Criméia Schmidt de Almeida, irmã de Amelinha. Ustra comandou o DOI-Codi (Destacamento de Operações de Internações-Centro de Operações de Defesa Interna) em São Paulo entre 1970 e 1974, período de maior repressão política no país. A outra ação declaratória contra Ustra, movida pela família do jornalista Luiz Eduardo Merlino, assassinado em 1971 nas dependências do DOI-Codi, não teve o mesmo desfecho. A ação foi extinta no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), e os advogados da família recorreram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Justiça de transição
Além de não punir os torturadores, o Brasil também não cumpriu com outras demandas do que se chama de “Justiça de Transição”. Criado pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, a Justiça de Transição prevê que os governos de países que passaram por um regime de exceção devem assumir quatro responsabilidades: acesso a informações e dados públicos para preservação da memória do período; reparação dos prejuízos sofridos por cidadãos que tiveram seus direitos lesados pelo Estado; julgamento e punição dos responsáveis por crimes contra a humanidade imprescritíveis e não passíveis de anistia; e promoção de mudanças nas instituições de segurança pública.
Dos quatro aspectos, o Brasil só enfrentou a questão da reparação. As maiores críticas ao processo de redemocratização do país se dirigem à manutenção dos arquivos do período militar sob sigilo e à não apuração de crimes contra os direitos humanos. “Até hoje, as Forças Armadas nunca abriram os arquivos. O acerto de contas não é só com as vítimas, é também um compromisso com a democracia para que nunca mais aconteça novamente”, explica a cientista política Glenda Mezarobba, pesquisadora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Unicamp e autora do livro Um acerto de contas com o futuro: a anistia e suas consequências. Segundo ela, “mesmo dentro das reparações, o Brasil apenas o fez pelo aspecto econômico. Há ainda o plano simbólico, como pedidos oficiais de perdão e constituição de museus e monumentos.”
Para a pesquisadora, ao não julgar e processar os violadores dos direitos humanos, o Brasil perde a oportunidade de sinalizar que na democracia tais crimes não seriam tolerados. “Perde a chance de deslegitimar aquela ideologia autoritária. O Brasil ainda não se dedicou à questão da justiça, mas não significa que não possa se dedicar. Não há um prazo de validade, especialmente em relação a crimes contra a humanidade como a tortura.”
País da conciliação
O atraso do Brasil em relação aos vizinhos que revogaram suas leis de anistia e estão colocando os torturadores no banco dos réus pode ser explicado por um espírito conciliatório da sociedade brasileira. “Nós temos uma tradição que remonta à nossa origem portuguesa. Se a gente comparar o comportamento de Portugal e da Espanha, vamos ver que os espanhóis radicalizam muito em todos os sentidos, ao passo que o português é normalmente conciliador”, analisa o jurista e professor aposentado Dalmo Dallari, professor emérito da Faculdade de Direito da USP.
Comparato concorda: “No Brasil, tudo termina em conciliação. Essa é a palavra chave na política brasileira. Nos outros países, os grandes conflitos se resolvem violentamente”. Para ele, o fato da reparação no Brasil ter se restringido à questão econômica é sintomático desse espírito. “Foi para que todo mundo se contentasse com isso e não exigisse o esclarecimento da anistia dos torturadores. Acontece que não pode haver conciliação com a indignidade. Isso é degradante. Nesse sentido, estamos lutando para que haja uma decisão judicial. A lei não pode permanecer como está, é preciso uma decisão do judiciário que ponha fim a essa confusão”.
O jurista refere-se à ação (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF) protocolada em outubro de 2008 pela OAB junto ao Supremo Tribunal Federal. Nela, a entidade questiona a anistia aos representantes do Estado (policiais e militares) que, durante o regime militar, praticaram atos de tortura. A ADPF contesta a validade do primeiro artigo da Lei da Anistia, que considera como conexos e igualmente perdoados os crimes “de qualquer natureza” relacionados aos crimes políticos ou praticados por motivação política no período de 2 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979. A OAB pede ao Supremo uma interpretação mais clara desse trecho da lei, de forma que a anistia concedida aos autores de crimes políticos e seus conexos (de qualquer natureza) não se estenda aos crimes comuns praticados por agentes públicos acusados de homicídio, desaparecimento forçado, abuso de autoridade, lesões corporais, estupro e atentado violento ao pudor contra opositores. Na ação, a OAB reforçou o pedido – já feito em outras ações – para que seja revelada a identidade dos militares e policiais responsáveis por crimes em nome do Estado, dizendo ser um “escárnio” acobertar a identidade dessas pessoas sob o pretexto da segurança da sociedade e do Estado.
Por outro lado, em fevereiro deste ano, a Advocacia Geral da União (AGU), enviou aos ministros do STF um parecer em que destaca que a Lei de Anistia foi “ampla, geral e irrestrita”, perdoando todos os crimes “de qualquer natureza”. Caso prevaleça no plenário do STF a tese de que o indulto não abrangeu os crimes de tortura, o Estado brasileiro terá o dever de ajuizar ações penais visando a punição daqueles que torturaram no Brasil. “Mas, se o STF achar que a Lei de Anistia se estende aos criminosos do regime militar, será uma ofensa grave ao sistema americano de direitos humanos”, alerta Comparato. O relator da ação sobre o alcance da Lei de Anistia no Supremo é o ministro Eros Grau, e o processo deve ser levado a plenário ainda este ano.
No banco dos réus
O Brasil também pode ser obrigado a responsabilizar criminalmente os torturadores e assassinos do regime militar pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA no caso da Guerrilha do Araguaia, em que tropas militares dizimaram um grupo de militantes no interior do Pará. Por indicação da entidade, o governo brasileiro responderá a processo por detenção arbitrária, tortura e desaparecimento forçado de 70 pessoas, entre membros do Partido Comunista do Brasil e camponeses da região do Araguaia, entre 1971 e 1975. Conforme a denúncia da comissão, o Brasil, embora notificado desde outubro do ano passado, não avançou na localização dos corpos. A notificação exigia que o governo adotasse medidas para identificar os responsáveis por esses desaparecimentos e para impedir que a Lei de Anistia prejudique o andamento dos processos na Justiça.
De acordo com a cientista social Beatriz Affonso, diretora do Cejil (Centro pela Justiça e o Direito Internacional), uma das organizações que ingressou com a ação na OEA, um dos eixos do processo é o questionamento da interpretação da lei de anistia. “Não estamos pedindo que se revogue. Entendemos que ela anistiou os civis que estavam resistindo à ditadura militar”, explica. “O que pedimos é que ela determine que a Lei de Anistia não possa ser um obstáculo para investigar, processar e responsabilizar agentes públicos ou privados que, em nome da ditadura, tenham violado direitos humanos.” Segundo ela, caso a Corte condene o Brasil, será muito constrangedor para o país perante a comunidade internacional. Para a diretora do Cejil, é um “vexame” o caso ter que ser levado a organismos internacionais, mas ressalta que é necessário, pois a “sociedade tem direito de saber o que aconteceu. Isso não é esquerdismo, revanchismo”, diz, referindo-se a uma declaração do ministro da Defesa.
A posição de Jobim irritou juristas e defensores de direitos humanos. “Quando ele disse que esses fatos devem ser esquecidos, fiquei em dúvida. Já não sei se o chamo de jurista, advogado ou coronel Nelson Jobim, porque ele repetiu o que os coronéis dizem. É vergonhoso ouvir isso de alguém da área jurídica. Acho que ele deveria refazer seu curso de Direito”. ironiza Dallari
A despeito disso, foi o próprio Ministério da Defesa que criou, com apoio técnico do Exército, uma comissão para buscar os restos mortais de guerrilheiros desaparecidos no Araguaia. Mas o Ministério Público Federal e a Secretaria Especial de Direitos Humanos não foram convidados a integrar o grupo de trabalho e acompanhar as buscas, nem a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, criada por meio da lei 9.140, de 1995, pelo próprio Jobim, quando era ministro da Justiça do governo FHC.
Busca sem familiares
Dias após o ministro Jobim afirmar que os parentes das vítimas não teriam acesso à área das escavações por serem parte interessada no caso, os familiares das vitimas divulgaram uma carta na qual diziam: “Assistimos, estarrecidos, a ida de uma caravana essencialmente militar, sem a presença dos familiares, sem a participação da Comissão Especial para Mortos e Desaparecidos, sem a presença da Secretaria Especial de Direitos Humanos”, diz o documento, que ainda afirma: “O Exército, que ora coordena as buscas, levou anos para reconhecer oficialmente a existência da Guerrilha do Araguaia e a participação de seus integrantes nos combates, sem nunca ter assumido as prisões, torturas, assassinatos e desaparecimentos. O Exército e muitas das instituições vinculadas à União sempre afirmaram que a guerrilha não existiu e negam até hoje a existência de arquivos, sem ter a decência e qualquer sentimento de humanidade para apontar onde foram parar as informações de que dispunham as Três Forças em 1993.”
A comissão atende a uma decisão judicial de 2003 que determinou que o Estado brasileiro desse respostas sobre o assunto. A sentença da Justiça Federal, proferida pela juíza Solange Salgado, ordenou a quebra do sigilo das informações militares sobre todas as operações de combate aos guerrilheiros e que a União informe onde estão sepultados os mortos no episódio. Na tentativa de apaziguar os ânimos, dias depois, o presidente Lula resolveu incluir uma representante dos familiares de mortos e desaparecidos no comitê de buscas das ossadas. “Essa participação é um tanto quanto secundária, porque quem vai tomar a iniciativa, elaborar estratégias e realizar as buscas é o Exército, que matou os guerrilheiros. E quem está comandando é o ministro da Defesa. Portanto, não há interesse em apurar as circunstâncias e resolver a situação”, critica a ex-presa política Amelinha. Para ela, à medida em que não se faz uma busca de uma forma digna e articulada com a sociedade, a violação de direitos humanos permanece.
As perspectivas de Amelinha em relação ao trabalho da comissão são ruins. Uma de suas preocupações é em relação à destruição de provas e vestígios, “que já estão prejudicados com o decorrer dos anos, e que podem ser ainda mais destruídos”, explica. “O Estado não respeita sua própria decisão, que é de localizar e entregar os corpos. Esta foi proferida em 2003, e o governo tentou de todas as formas entrar com recursos, mas foi derrotado em 2007. Então faz dois anos que o governo não cumpre a decisão do Estado que ele representa”. Para a militante de direitos humanos, o Estado brasileiro só criou uma comissão para buscar os restos mortais no Araguaia porque está sendo processado na OEA. E, destacando a exceção do ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, ela considera que, “por parte do governo, só há desprezo”.
O exemplo dos vizinhos
De todos os países da América Latina que passaram por ditaduras militares, o Brasil é o mais atrasado no que se refere ao resgate da memória e responsabilização dos crimes cometidos por agentes do Estado. Argentina, Uruguai, Chile e Peru lidaram com o que se chama de Justiça de Transição. Na Argentina, em 2005, a Suprema Corte julgou a inconstitucionalidade das leis de Ponto Final e Obediência Devida, que impediam processos contra militares por envolvimento na repressão contra a ditadura. Desde a revogação, torturadores e comandantes militares têm sido julgados e condenados. Durante o mandato do ex presidente Néstor Kirchner (2003- 2007), a Justiça reabriu vários processos. Em outubro de 2007, um tribunal condenou à prisão perpétua o ex capelão da igreja católica, Christian Von Wernich, acusado de “crimes de lesa-humanidade, por genocídio” durante a ditadura. Entre os julgados, também estão incluídos os ex ditadores Jorge Rafael Videla e Reynaldo Bignone, ambos em prisão domiciliar.
No Chile, a lei de anistia foi revogada por decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos, e o ex chefe da Dina (a polícia política chilena), Manuel Contreras, foi preso pelos crimes que cometeu na ditadura. Apesar de inúmeras tentativas de processar o ditador Augusto Pinochet, este só foi preso quando o juiz espanhol Baltasar Garzón abriu um processo contra ele pelos crimes de genocídio, terrorismo e tortura. Pinochet foi preso em Londres, onde permaneceu 503 dias em prisão domiciliar. Morreu em 2006, e foi sepultado sem honras de Estado.
No Peru, uma lei de anistia criada em 1995, período democrático para indultar crimes de agentes do Estado cometidos após o fim da ditadura, em 1980, também foi abolida por sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, no caso Barrios Altos, referente à morte de 15 pessoas por um esquadrão da morte ligado ao Exército peruano, em 1991. A sentença da Corte considerou o Estado peruano responsável pela violação do direito à vida e à integridade pessoal derivada do massacre, assim como por haver anistiado tais delitos.
Outra iniciativa importante foi a criação, em países como Uruguai, Peru, Argentina e Chile, de Comissões Oficiais de Verdade. Para emitir a ordem de prisão ao ex ditador Augusto Pinochet, pela morte e tortura de cidadãos espanhóis, Garzón utilizou o relatório da Comissão Chilena da Verdade, que funcionou de 1990 a 1991.
Em março de 2008, 24 oficiais e suboficiais da polícia política da ditadura de Pinochet foram condenados por crimes de sequestro, homicídio e tortura de 31 militantes de esquerda.

Crianças: para entender um pouco mais sobre a lei da anistia.

23/08/2009 - 07h02

Lei de Anistia completa 30 anos, divide opiniões e é questionada na Justiça

da Folha Online

Ainda polêmica, a Lei de Anistia completa hoje 30 anos. A medida é questionada judicialmente e alvo de opiniões divergentes que a classificam entre um marco definitivo para o fim da ditadura no Brasil e uma lei feita sob medida para proteger os torturadores.

O movimento que levou ao projeto e à sanção da Lei de Anistia começou logo após a instituição do regime militar, em 1964. No início, apenas intelectuais e lideranças políticas que tiveram seus direitos cassados faziam parte do movimento. Depois, a proposta ganhou a sociedade conforme aumentava a repressão por parte da ditadura.

No final da década de 70, sob forte pressão popular e já em processo de liberalização, o então presidente general João Baptista Figueiredo encaminhou o projeto de lei ao Congresso, que o aprovou. A lei foi sancionada no dia 28 de agosto de 1979.

No entanto, a lei tida por alguns setores como "ampla, geral e irrestrita" recebeu várias críticas dos movimentos sociais que lutavam pela redemocratização do país e hoje é considerada por pesquisadores como uma lei feita para atender aos interesses do regime militar.

Entre os pontos mais criticados da lei estão a exclusão de pessoas condenadas por crimes como terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal e a não previsão de pagamento de indenizações às vítimas do regime.

Algumas dessas reivindicações foram atendidas em leis posteriores, como a 9.140, conhecida como Lei dos Desaparecidos, aprovada em dezembro de 1995, que determinou o fornecimento de atestados de óbitos a desaparecidos políticos.

A reparação econômica, no entanto, só foi garantida mais de 20 anos depois da Lei de Anistia, com a aprovação da Lei 10.559, em 2002.

Atualmente, a lei é questionada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no STF (Supremo Tribunal Federal). Trinta anos depois, o STF deverá decidir, ao analisar a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), se a lei anistiou ou não responsáveis por crimes de tortura, sequestro e homicídio.

Antecedentes

De acordo com o estudo feito pela pesquisadora Glenda Mezarobba para sua dissertação de mestrado na USP (Universidade de São Paulo), o regime autoritário, instalado em 1964, vivia no final da década de 70, após uma fase bastante repressora, um período de lenta abertura.

A autora cita a análise de vários autores, entre eles os sociólogos Fernando Henrique Cardoso e Florestan Fernandes, segundo os quais os verdadeiros objetivos da mudança era atingir a normalização institucional, ou seja, liberalizar o regime não para superar a ordem autoritária, mas sim para institucionalizá-la.

No entanto, quanto mais o processo de liberalização progredia, aumentava a força das manifestações populares que pediam a anistia e a volta da democracia.

Aos poucos, as denúncias de casos de abuso dos direitos humanos, abafadas no início do período ditatorial, foram tomando a sociedade. Denúncias de assassinatos, como o caso do jornalista Vladimir Herzog, reforçam a luta por respeito aos direitos humanos, democracia e anistia aos perseguidos políticos.

Segundo Glenda, o ano de 1977 foi marcado por manifestações estudantis em protesto contra prisões e tortura de presos políticos, que se transformaram também em manifestações pela anistia, como os "Dias Nacionais de Protesto e Luta pela Anistia" e "Comitês Primeiro de Maio pela Anistia".

Em 1978, com a fundação no Rio de Janeiro do CBA (Comitê Brasileiro pela Anistia), a discussão se ampliou. A participação de entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) intensificou o debate. Greves de fome de presos políticos, noites de vigília e atos públicos foram realizadas em várias capitais do país.

O que você nunca pôde ver na tv

Para quem está cansado de uma mídia claramente partidária, que sempre apresenta apenas uma perspectiva sobre os fatos, eis uma opção da mídia alternativa. A internet, de fato, agora nos oferece espaços para a liberdade de expressão, e que se diga o que sempre se quer silenciar.

A demonização de Dilma
A demonização de Dilma (2)

Vale!!

sábado, 22 de agosto de 2009

Micky Vainilla 1

Um pouco de humor argentino! Muito divertido!!! :)
Isso é genial! E pensar que há pessoas que ainda sustentam a paródia! :)




Resposta ao colega Diego

Diego. Muito obrigado por seu comentário em meu blog. Eu diria que esse sim é um comentário que revela suas ideias e não agride quem pensa diferente de você. Discordo plenamente de suas colocações, não vejo o nacionalismo ultra-radical como um bom caminho, questiono o capitalismo da forma como o senhor coloca. Acho que dá pra sermos capitalistas e, ao mesmo tempo, oferecermos oportunidades a todos, o que infelizmente hoje não acontece.
Apesar de discordar de você, o respeito, e mantenho comentários nesse sentido. Peço-lhe, apenas, por gentileza, que me respeite como professor, mesmo não sendo o professor que atende ao modelo que você acha bom.
Os lugares onde trabalho me aceitam como pessoa, como ser humano, e me dão liberdade para expressar minhas ideias. Isso para mim é democracia, e não me faz por isso um péssimo professor. Pelo contrário, creio que sou um ótimo professor (pergunte a meus alunos) exatamente por constantemente procurar mostrá-los como enxergar o mundo a partir do olhar do outro, e não se limitarem apenas ao seu mundo, onde qualquer um gostaria de viver (Dou aulas para um público extremamente elitizado). Espero que compreenda, e que possamos nos respeitar, independente das divergências.

Aliás, o que quis com esse artigo foi somente divulgar um evento na USP que acho relevante. Simplesmente acho que a ditadura ainda tem coisas que não foram reveladas, e pelas quais devemos nos interessar. Esse interesse, se não há nada a esconder, diz respeito tanto à esquerda quanto à direita...

Cordialmente
Marcus

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Fut na sexta

Hoje fui jogar uma bolinha, lá no feudo dos Boça's!!! Muito legal! Fiz vários gols, e revelei ainda mais minha habilidade que desequilibra. O pessoal não aprende, e continua me convidando. Não dá jogo! Jaja!

Galera, muito legal! Vcs são demais! Vamos continuar nossos jogos.

Abração a todos!

Achei interessante... O que vocês acham?

Que tal compartilharmos ideias? Será que isso é crime, ou sempre deve passar pelo crivo do capital?

Veja lá!


Os insurretos do século 21: a I Insurreição Pirata

Quinta-feira, 19 Março 2009 in 1 | Tags: conhecimento livre, copyleft, pirataria, rede | by Carolina Gutierrez

“Se você tem uma maçã e eu tenho uma maçã e nós trocamos as maçãs, então você e eu ainda teremos uma maçã. Mas se você tem uma idéia e eu tenho uma idéia e nós trocamos essas idéias, então cada um de nós terá duas idéias” (Bernard Shaw).

Essa é a lógica do compartilhamento. Idéias não são bens materiais. E isso pauta a I Insurreição Pirata que acontecerá na ONG Ação Educativa nos próximos dias 28 e 29 de março. O evento é organizado por ativistas da cybercultura e pessoas defensoras do conhecimento livre, para a formação, também no Brasil, de uma agremiação política que combata o copyright – o Partido Pirata.

Explico. Uma insurreição “Pirata” contra os abusos da indústria copyright. E contra a criminalização do compartilhamento em rede. Se baixar, subir, compartilhar músicas, vídeos, textos, fotos, cachorros e papagaios é crime, então somos todos criminosos. No final das contas, somos todos piratas?

Sérgio Amadeu, ativista do software livre, é enfático: “Piratas são eles. Não estamos a procura do ouro!”

Para Amadeu, a metáfora pirataria é péssima para se referir a bens compartilhados. O termo pirata é ambíguo, nos remete à idéia de roubo. E diga-se de passagem, compartilhamento e roubo são coisas bem distintas e distantes. E é com o intuito, de pelear contra todo o obscurantismo provocado, que a I Insurreição debaterá temas, em formato de desconferências, relacionados à livre circulação de informações.

http://diplo.wordpress.com/2009/03/19/os-insurretos-do-seculo-21-a-i-insurreicao-pirata/

Um passo em direção ao respeito à diversidade!

Ótimo exemplo de respeito ao outro. Parece que algumas coisas boas acontecem nesse país!
Vejam.





E se preconceito virar crime?

Segunda-feira, 16 Março 2009 in 1 | Tags: impunidade, intolerância religiosa, religião afro, repressão | by Carolina Gutierrez

Ministério Público Federal pede a condenação de emissoras de TV que usam concessão pública para discriminar religiões afrobrasileiras

A intolerância religiosa e o desrespeito às tradições afrobrasileiras levaram o Ministério Público Federal (MPF) a impetrar uma ação civil pública, com pedido de liminar, para barrar a exibição dos programas que ofendam e desmoralizem a religião afro. A ação foi ajuizada no último dia 5 de março e aguarda apreciação do juíz. O descumprimento da decisão judicial pelas TVs poderá implicar multa diária de R$10 mil.

A procuradora Regional dos Direitos do Cidadão, Adriana da Silva Fernandes, autora da ação, informou que o pedido final de condenação feita pelo MPF será uma indenização por danos morais tanto aos seguidores de toda a diversidade de religiões afros quanto à sociedade brasileira. “O abuso praticado pelas emissoras contraria a dignidade da pessoa humana, bem como os próprios objetivos de construção de uma sociedade livre, justa, sem preconceitos de origem, raça, cor, sexo, idade e quaisquer formas de discriminação”. O valor estipulado é de R$ 13,6 milhões para a Record, e R$ 2,4 milhões para a Gazeta. Isso corresponde a somente 1% do faturamento das emissoras em questão. Segundo informações do MPF, a soma será revertida para o Fundo de Defesa dos Direitos Humanos.

A ação da procuradora é resposta à insistência das duas emissoras em ridicularizar as fés ligadas à cultura negra. Entre os programas veiculados por Record e Gazeta, em espaços vendidos à Igreja Universal do Reino de Deus, estão “O Desafio da Cruz” (Gazeta), “Ponto de Fé” e “Sessão de Descarrego” (Record). O monitoramento dos mesmos, feito pela Anatel a pedido do Ministério Público, apurou que diversas vezes foram utilizadas expressões como “maldição espiritual”, “uma obra espiritual do mal”, “as obras das trevas”, “magia”, “feitiçaria”, “obras do diabo”, “bruxaria” intercaladas ao uso da palavra “macumbaria”.

O Ministério Público Federal já lida com ações contra a intolerância religiosa por parte da Igreja Evangélica desde 2003. “Houve uma ação civil anterior com direito de resposta. Foi suspensa pelo TRS”, afirmou a procuradora. Já em 2008, o ministério das Comunicações a irrisória multa de R$1.012,32 para as duas emissoras. Não foi suficiente, nem em quantia quanto em aviso. Aliás, há dúvidas até sobre a efetivação do pagamento. “Oficiamos. Houve a possibilidade de recorrer e não houve resposta. Sabemos que foi aplicada, saiu no Diário Oficial , mas não sabemos se houve recursos”, diz a procuradora.

As emissoras costumam defender os programas que veiculam preconceitos escudando-se na liberdade de comunicação. Mas segundo Adriana, esta não é absoluta, devendo submeter-se a outros direitos inseridos na Constituição Federal, como o respeito à dignidade da pessoa humana e religiosa. Os ataques às religiões afro ainda entram em confronto com a Lei Geral de Telecomunicações. Segundo esta, as emissoras, como beneficiárias de uma concessão pública, têm responsabilidade total pela programação veiculada. “Entendemos o Brasil como um Estado laico, neutro. Não deve ser omisso. Deve-se garantir a liberdade religiosa”, ressalta Adriana.

Respeito.

Pessoal! Só queria deixar claro a todos os visitantes do meu blog que todos têm o direito de discordar de minhas ideias. Isso é saudável e natural. Mas é dever de todos também respeitar-me como pessoa ou profissional. Agressões pessoais fogem ao debate democrático. Caso haja comentários nessa direção, simplesmente os entenderei como irrelevantes.
Vale!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Antifumo ou antisemitismo?

Para colocar um pouco de fogo na conversa, uma excelente crônica de João Pereira Coutinho sobre a lei antifumo em SP. Será que isso não é mais político do que um caso de saúde pública? Um excelente panfleto eleitoreiro, que devemos obviamente questionar.

Eia!!!

Folha de São Paulo, terça-feira, 18 de agosto de 2009


JOÃO PEREIRA COUTINHO

Até tu, São Paulo?

Leio a legislação antifumo do Estado de São Paulo e reconheço sua natureza totalitária


A SÉRIE "Mad Men" ainda não estreou no Brasil. Lamento. Melhor é impossível. "Mad Men" é o retrato perfeito dos publicitários da Madison Avenue na Nova York sofisticada de 1960. Mas é mais do que isso. Um fresco sobre a grande transição americana: do aburguesamento dos "fifties" à contracultura dos "sixties". Do tédio à lixeira.
Um pormenor, porém, não deixa de causar espanto entre os filistinos: o fumo. Em "Mad Men", toda a gente fuma com uma naturalidade que nos parece herética. Dentro dos edifícios, fora dos edifícios. Mães, pais. Patrões. Empregados. E médicos, é claro, a começar por um ginecologista que segura o cigarro com uma mão e faz o exame com a outra. Equilibrismo puro.
Tanto fumo não deveria espantar. Pessoalmente, ainda recordo o tempo heroico em que o meu avô me levava ao cinema e fumava, em plena sala, do princípio ao fim.
E, historicamente, "Mad Men" está na viragem. Em 1950, Richard Doll publicava o primeiro grande ensaio científico sobre a relação direta entre fumo (ativo) e doença. Só em 1970 chegou o mito do "fumo passivo". Digo "mito" e digo bem. Ainda está para aparecer o primeiro estudo cientificamente rigoroso capaz de mostrar uma relação sustentada entre "fumo passivo" e câncer.
O que não significa que não existam estudos sobre essa hipótese. Christopher Booker, um especialista sobre as nossas histerias modernas, normalmente lembra dois. Os maiores e mais recentes. O primeiro foi realizado pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, da Organização Mundial de Saúde. O segundo foi dirigido, durante 40 anos, por James Enstrom e Geoffrey Kabat para a Sociedade Americana de Câncer através da observação de 35 mil não fumantes que conviviam diariamente com fumantes. Resultados? Repito: um mito é um mito é um mito.
Mas a ideologia é a ideologia é a ideologia. De vez em quando, afirmo que alguns traços nazistas sobreviveram a 1945. Sou insultado. Não respondo. Basta olhar em volta para perceber que algumas das nossas rotinas médicas mais básicas teriam agradado ao tio Adolfo e à sua busca de perfeição terrena. Exemplos? Certas formas de eugenia "respeitável", praticadas por milhões de pessoas quando recebem uma má ecografia. Ou a demonização absoluta que o fumante moderno conhece nos Estados Unidos. Na Europa. E agora, hélas, em São Paulo.
Leio a legislação antifumo do Estado de São Paulo e reconheço a natureza totalitária dela, novamente dominada por uma ideia iníqua de perfeição física.
Tudo começa pela elevação da mentira a dogma: o dogma de que "fumo passivo" é um perigo fatal para terceiros. O dogma não é apenas fantasioso; é também perigoso, porque estabelece de imediato uma divisão moral entre os agentes da corrupção (os fumantes) e as vítimas inocentes (os abstêmios). É só substituir "fumante" por "judeu"; e "abstêmio" por "ariano" para regressar a 1933.
E regressar a 1933 é regressar a um mundo que desprezava a liberdade individual com especial ferocidade. A lei antifumo cumpre esse propósito. Proibir o fumo em lugares fechados, como bares ou restaurantes, é um ataque à propriedade privada e à liberdade de cada proprietário decidir que tipo de clientes deseja acolher no seu espaço. O mesmo raciocínio aplica-se aos clientes, impedidos de decidir livremente onde desejam ser acolhidos.
Mas o melhor da lei vem no policiamento. Imitando as piores práticas das sociedades fechadas, a lei promove a delação como forma de convivência social. Por telefone ou pela internet, cada cidadão é convidado a ser um vigilante do vizinho, denunciando comportamentos "desviantes". Isso não é regressar a 1933. É, no mínimo, um regresso à Rússia de 1917. Se juntarmos ao quadro uma verdadeira "polícia sanitária" que ataca à paisana, é possível concluir que o espírito KGB emigrou para o Brasil.
Finalmente, lembremos o essencial: os extremismos políticos só sobrevivem em sociedades cúmplices, ou pelo menos indiferentes aos extremistas. Será São Paulo esse tipo de sociedade?
Parece. A última pesquisa Datafolha é sinistra: a esmagadora maioria dos paulistas (88%) aprova a lei antifumo. Só 10% se opõem a ela. Só 2% lhe são indiferentes. Mais irônico é olhar para os fumantes: depois de anos e anos de propaganda e desumanização, eles olham-se no espelho, sentem o clássico nojo de si próprios e até concordam com a lei (77%). Razão tinha Karl Kraus quando afirmava, na Viena de inícios do século, que o antissemitismo era tão normal que até os judeus o praticavam. Péssimo presságio.

30 Anos de Anistia no Brasil

Vamos refrescar nossa memória. Ainda há muito a se refletir sobre a ditadura militar!!!



25/08/2009



14:00 - Sessão Solene de Abertura

e Mesa-Redonda: 30 anos de luta pela Anistia no Brasil: Testemunhos

Maria Auxiliadora de A. Arantes (ex-membro do Comitê Brasileiro de Anistia/SP)

Airton Soares (ex-deputado federal e advogado de presos políticos)

Rosalina Santa Cruz (Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos)

Ivan Seixas (Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos)

Coordenação: Zilda Márcia Grícoli Iokoi (LEI/USP)



19:00 - Conferência: O direito internacional dos direitos humanos frente à impunidade das ditaduras na América Latina

Pedro Nikken (ex-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA)



20:00 – Mesa-Redonda: A luta por verdade e justiça na América Latina

Nora Cortiñas (Mães da Praça de Maio – Linha Fundadora)

Mauro Tomasini (Serviço Paz e Justiça - Uruguai)

Gabriela Zuñiga (Agrupação de Familiares de Presos Desaparecidos - Chile)

Coordenação: Janaína Teles (LEI/USP)



26/08/2009



14:00 – Mesa-Redonda: Lugares da Memória

Gonzalo Conte (Memoria Abierta – Argentina)

Ralph Buchenhorst (Universidade Martin Luther - Alemanha)

Margarita Romero (vice-presidente de Villa Grimaldi - Chile)

Coordenação: Rossano Bastos (IPHAN)





19:00 – Mesa-Redonda: Acesso à Informação e os Arquivos Públicos

Marianne Birthler (diretora do Arquivo do Ministério para a Segurança do Estado – Alemanha)

Peter Kornbluh (Arquivo Nacional de Segurança - EUA)

Eugenia Fávero (Ministério Público Federal/SP)

Coordenação: Ana Maria Camargo (História/USP)





27/08/2009



14:00 – Mesa-Redonda: Memória e testemunho

Alejandra Oberti (Memoria Abierta - Argentina)

Pilar Calveiro (Benemérita Universidade Autônoma de Puebla - México)

Andréa Genest (Centro de Pesquisa de História Contemporânea - Alemanha)

Coordenação: Márcio Seligmann-Silva (IEL/UNICAMP)



19:00 – Mesa-Redonda: Acerto de contas com o passado: as Comissões de Verdade

Belisário dos Santos Jr. (advogado e ex-secretário de Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo)

Javier Ciurlizza (Centro Internacional para a Justiça de Transição - Américas)

Hugo van der Merwe (Centro para o Estudo da Violência e Reconciliação – África do Sul)

Alvaro Rico (Secretaria de Acompanhamento da Comissão para a Paz – Uruguai)

Coordenação: Paulo Sérgio Pinheiro (Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA/NEV-USP)



28/08/2009



14:00 – Mesa-Redonda: Anistia na América Latina e no Sistema Interamericano de Direitos Humanos

Hélio Bicudo (ex – membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA)

Carlos Alberto Rozanski (presidente do Tribunal Criminal Federal de La Plata - Argentina)

Flávia Piovesan (Direito - PUC/SP)

Beatriz Affonso (Centro pela Justiça e o Direito Internacional)

Coordenação: André de C. Ramos (Direito - USP)





19:00 – Mesa-Redonda: Anistia no Brasil: atualidade e perspectivas

Fábio Konder Comparato (Direito - USP)

Marlon Alberto Weichert (Ministério Público Federal/SP)

Marco Antonio R. Barbosa (presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos - SEDH)

Paulo E. Arantes (Filosofia - USP)

Coordenação: Marcelo Ridenti (Sociologia/UNICAMP)



Organização:

Laboratório de Estudos sobre a Intolerância/FFLCH-USP

Goethe Institut São Paulo

Associação de Arquivistas de São Paulo

Projeto Temático Escritas da Violência/IEL-UNICAMP

Apoio:

Fundação FORD

Fundação Heinrich Böll

Faculdade de Direito – USP

Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

5o. Encontro de Música e Mídia - Estéticas do Som

Pessoal, participarei desse Encontro em setembro, no qual apresentarei um artigo sobre Adoniran Barbosa. Quem puder, e se interessar por música, compareça!!!






Escola de Comunicações e Artes
Universidade de São Paulo
16, 17 e 18 de setembro de 2009

http://www.musimid.mus.br/5encontro



Mesas redondas – Palestras – Comunicações – Oficinas – Apresentações musicais





O 5º Encontro de Música e Mídia é uma iniciativa do Centro de Estudos em Música e Mídia – MusiMid. Visando ampliar os debates e estendê-los à comunidade interessada no tema, o grupo vem realizando anualmente os Encontros de Música e Mídia: As múltiplas vozes da cidade (2005); Verbalidades, musicalidades: temas, tramas e trânsitos (2006), As imagens da música (2007), O Brasil dos Gilbertos: Gilberto Freyre, João Gilberto, Gilberto Gil e Gilberto Mendes (2008), realizados no SESC-Santos e no auditório Lupe Cotrim, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

Em sua quinta edição, o Encontro tem como tema “E(st)éticas do som”, dividido em quatro subtemas: 1) Som, culturas e comunicação; 2) Som, tecnologias e eletroacústica; 3) Som, discursos e mídia; 4) Música e relações de poder. O local de realização será a ECA-USP, que oferecerá a infra-estrutura logística e institucional. A programação é voltada ao público universitário e interessados em geral, oferecendo certificados, mediante inscrição e frequência nas atividades.

Inscrições abertas para ouvintes, com vagas limitadas, e demais informações atualizadas na página do MusiMid - www.musimid.mus.br - e no hot-site www.musimid.mus.br/5encontro.

Quebrando um galho para o 9o. Ano...

GABARITO: ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS 9º. ANO

Atividades (página 75)

1. Respostas possíveis.
a) O professor pediu a explicação do aluno sobre o incidente.
b) A explicação do aluno sobre o incidente interessou ao professor.
c) O professor necessita da explicação do aluno sobre o incidente.
d) Fazemos uma exigência: a explicação do aluno sobre o incidente.
e) Nossa expectativa é a explicação do aluno sobre o incidente.
f ) Todos sabiam da conveniência da explicação do aluno sobre o incidente.

2. Observar a estrutura sintática solicitada e a correspondência modo-temporal entre o verbo da oração principal e o da subordinada. Exemplo:

O professor pediu que o aluno explicasse o incidente.
O professor pede que o aluno explique o incidente.

Respostas possíveis.
a) O professor pediu que o aluno explicasse o incidente.
Oração subordinada substantiva objetiva direta.
b) Interessou ao professor que o aluno explicasse o incidente.
Oração subordinada substantiva subjetiva.
c) O professor necessita (de) que o aluno explique o incidente.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta.
d) Fazemos uma exigência: que o aluno explique o incidente.
Oração subordinada substantiva apositiva.
e) Nossa expectativa é que o aluno explique o incidente.
Oração subordinada substantiva predicativa.
f ) Todos sabiam da conveniência de que o aluno explicasse o incidente.
Oração subordinada substantiva completiva nominal.

3. Respostas possíveis.
a) Como a energia elétrica tinha acabado, as luzes não se acenderam quando liguei interruptor.
b) Preparamos o jantar, que está uma delícia, para que você ficasse satisfeita conosco.
c) O jogador esforçou-se tanto que desmaiou quando o jogo terminava.

4. Respostas possíveis.
a) O grande desgosto dos pais é que os filhos se dêem mal.
b) O problema do trânsito é que os motoristas não obedecem às normas.
c) O resultado da Comissão Parlamentar de Inquérito foi que tudo acabou em pizza.
d) Nossa vantagem em relação ao time adversário era que tínhamos mais treino.

5. a) O sucesso da missão depende do empenho dos astronautas.
b) A velha senhora não necessita mais da proteção dos filhos.
c) Ninguém da família discorda do fechamento urgente da conta bancária.
d) O diretor não se opõe à organização de um grêmio estudantil pelos alunos.

6. a) Intrigava a mãe que o garoto insistisse em chorar continuadamente.
b) A insistência do garoto em chorar continuadamente intrigava a mãe.
c) A insistência do garoto no choro contínuo intrigava a mãe.
d) Intrigava a mãe o garoto insistir em chorar continuadamente.

7. a) Preocupava a mãe o filho teimar em ignorar os acontecimentos.
b) Preocupava a mãe que o filho teimasse na ignorância dos acontecimentos.
c) A ignorância teimosa do filho em relação aos acontecimentos preocupava a mãe.
d) Preocupava a mãe a teimosia do filho em ignorar os acontecimentos.
e) A teimosia do filho em ignorar os acontecimentos preocupava a mãe.
f ) Era preocupante para a mãe que o filho teimasse em ignorar os acontecimentos.

8. Resposta possível.

– Sinto que estou ficando velho, Zilda. Velho e fraco. Não vou durar muito.
– Não pensa que você vai morrer, Jorge. Pensa que a vida tem coisas boas.
– Estou preocupado com estas dores no estômago. Para mim isto é câncer. O médico diz que não, ele está me enganando. Para mim é câncer, Zilda.
– Não pensa nisto, Jorge. Pensa nos momentos felizes vividos por nós.
– É câncer, Zilda. Já vi muita gente que morreu dessa doença. É uma morte horrível, Zilda, pois a gente vai se consumindo aos poucos.
– Não pensa nisto, Jorge. Pensa que tens um trabalho. Pensa que tens colegas, um chefe que gosta tanto de ti.
– A verdade é que primeiro a gente emagrece. Já estou emagrecendo. Não se esqueça de que perdi cinco quilos neste ano. Aliás, como passou ligeiro este ano. Como passam ligeiro os anos. Como passam ligeiro os dias, as horas. Quando a gente vê, já anoiteceu. Quando a gente vê, terminou o mês. Quando a gente vê, acabou a vida.

9. Respostas possíveis.
a) Pedimos ao homem a devolução das chaves do apartamento, desocupado após quitar o aluguel.
b) Ao fim da aula, o professor recolheu os textos redigidos pelos alunos e aconselhou a revisão dos elaborados anteriormente.
c) O governo quer proibir peças publicitárias de automóveis que estimulem a direção em alta velocidade.
d) Os operários grevistas exigem o pagamento dos dias parados e a suspensão das demissões até o julgamento da greve.
e) Um grande número de pais confessou total ignorância sobre a preferência dos filhos
em relação ao assunto escolhido para o debate, cuja finalidade era a diminuição dos problemas familiares.

Em casa (página 80)
1. Respostas possíveis.
a) É sabido que Moacyr Scliar escreve belas crônicas na Folha de S.Paulo.
b) Um amigo me contou que Moacyr Scliar escreve belas crônicas na Folha de S.Paulo.
c) Desconfio de que Moacyr Scliar escreva belas crônicas na Folha de S.Paulo.

2. Respostas possíveis.
a) Tenho certeza de que Moacyr Scliar escreve belas crônicas na Folha de S.Paulo.
b) A verdade é que Moacyr Scliar escreve belas crônicas na Folha de S.Paulo.
c) Queríamos divulgar isto para a classe: que Moacyr Scliar escreve belas crônicas na Folha de S.Paulo.

3. a) Oração subordinada substantiva objetiva direta.
b) Oração subordinada substantiva predicativa.

c) Oração subordinada substantiva completiva nominal.
d) Oração subordinada substantiva objetiva indireta.

4. Resposta possível.
Confesso que tenho medo de morrer, Zilda. Me envergonho disso, afinal, já vivi tanto, mas a verdade é que tenho medo de morrer. Tenho a certeza de que a morte é o fim, Zilda. Para mim é o fim. O problema é que não acredito na vida após o túmulo. Acho que na tumba acaba tudo. Só sei de uma coisa: que a carne se desprende dos ossos, os cabelos caem, fica a caveira à mostra. É certo que isto é a morte, Zilda. Isso é que é a morte.

domingo, 16 de agosto de 2009

16/08/2009 - 22h09 Record vincula Globo à ditadura e exibe entrevista exclusiva com Edir Macedo Do UOL Notícias Em São Paulo - Isso está ótimo!!!! :)

16/08/2009 - 22h09
Record vincula Globo à ditadura e exibe entrevista exclusiva com Edir Macedo
Do UOL Notícias
Em São Paulo


Atualizada às 22h44

Em programa de quase uma hora exibido na noite deste domingo, a Rede Record aumentou o tons das críticas contra a Rede Globo, vinculando a emissora da família Marinho à ditadura militar no país.

Leia mais

* Site da Rede Record é atacado por piratas
* TV Record e TV Globo trocam acusações

Sem intervalos comerciais, o programa "Repórter Record" exibiu a denúncia de que a Globo estaria tratando como terreno particular uma praça pública em São Paulo, além de acusar a emissora de falsificar documentos.

O programa retransmitiu entrevistas com políticos a respeito do "monopólio" da emissora, alegando que essa prática seria "prejudicial à democracia".

Ainda nessa linha, utilizou trechos de um documentário britânico, "Muito Além do Cidadão Kane", para acusar a Globo de ter sido conivente com as autoridades da ditadura militar brasileira.

Pedofilia e islamismo
Depois das críticas dirigidas à Globo, o Repórter Record mostrou uma entrevista exclusiva com o bispo Edir Macedo, que está no centro das acusações dirigidas contra a quadrilha.

Na entrevista, feita nos Estados Unidos, Macedo afirma que as acusações contra ele não são novas, e que as recebe com "alegria -- por causa da fé"

O bispo afirmou que "claro que há bispos ruins na igreja", mas disse que eles são expulsos da organização quando se descobrem irregularidades. Macedo citou como exemplo um suposto caso de pedofilia nos Estados Unidos: "A igreja colaborou com a polícia nesse caso".

Quando perguntado pela repórter qual sua ambição, ele disse que pretende "colocar a Record lá no topo".

"E com a igreja?", continuou ela. "Pretendo chegar aos países muçulmanos", respondeu Edir Macedo. "Eu sei que é uma guerra danada lá, mas é nossa ambição".

* Washington Alves/Light Press/AE

"Diploma de dizimista" de Edson Luiz de Melo. Sua mãe conta que por causa da igreja o filho teve que ser internado

"Fantástico" atira de volta
A edição do programa "Fantástico" da noite deste domingo também deu prosseguimento à troca de acusações. Em reportagem mais curta que o concorrente, mostrou casos de fiéis que teriam sido coagidos a doar mais dinheiro do que poderiam.

Uma das entrevistadas dizia que após ter doado cerca de R$ 100 mil à Igreja Universal, não tinha mais dinheiro para comer e almoçava as amostras grátis distribuídas nos supermercados.

O "Fantástico" também citou o caso de Edson Luiz de Melo, ex-zelador, de 45 anos de idade, portador de um "diploma de dizimista" (veja imagem ao lado). Dulce Conceição de Melo, de 65 anos, mãe de Edson, entrou com a ação na Justiça contra a Igreja Universal do Reino de Deus por prejuízo de R$ 55 mil.

O mesmo programa mostrou uma mansão em Campos do Jordão que seria propriedade de Edir Macedo e que "virou ponto turístico" na cidade.

Guerra das TVs
A troca de acusações entre Globo e Record dominou o telejornal das duas emissoras na última semana, em uma escalada de acusações desencadeada pela abertura do processo no Ministério Público sobre lavagem de dinheiro e formação de quadrilha por parte dos líderes da Igreja Universal.

Na terça-feira, o "Jornal Nacional" veiculou reportagem de dez minutos sobre as acusações, ao lado de imagens de 1995 do bispo Edir Macedo ensinando pastores a convencer fiéis a doar dinheiro.

A resposta veio na noite seguinte. O "Jornal da Record", durante 14 minutos, fez ataques à Globo e mostrou obras de caridade mantidas pela Universal. Para a Record, a cobertura da concorrente é um "ataque direto e desesperado" de quem tem medo de perder "o monopólio dos meios de comunicação no Brasil". O texto afirmava "não ser novidade que a família Marinho usa a televisão para seu jogo de interesses" e que "o poder da família Marinho teve origem na ditadura militar".

Ao mesmo tempo, a reportagem da Globo (9,5 minutos) detalhava as acusações do Ministério Público contra a Universal e destacava que "a Promotoria concluiu que empresas de comunicação estão entre os que receberam ilegalmente" dinheiro de fiéis. Mostrava imagens de um templo para ilustrar a acusação de que "a religião é apenas um pretexto para a arrecadação de dinheiro".

Na quinta-feira, a Record ampliou a cobertura e, em 22 minutos, disse que, com os "ataques" da Globo, "a fé de todos esses fiéis foi ridicularizada". Insistiu ainda no foco no lado empresarial da Globo. "A ligação com o submundo dos golpes financeiros está presente na Globo desde o seu nascimento."

O "JN" do mesmo dia diminuiu o tempo destinado ao tema, para 6,5 minutos. Sempre citando o Ministério Público ou jornais, reforçou que "o dinheiro doado pelos fiéis para a caridade" acabou "usado em benefício do grupo de Edir Macedo".

A Globo fez nova reportagem na sexta-feira, de seis minutos e 15 segundos. Reproduziu reportagens de jornais e foi atrás do destino de R$ 10 milhões apreendidos com um líder da Universal em 2005. Informou que a igreja já fez seis recursos para reaver o dinheiro, mas não conseguiu convencer a Justiça.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ter com Deus

Isso aqui está ótimo! Quem tem alguma pendência com Deus, eis a oportunidade!
Jaj!
SAC Divino
Abraços a todos!